Algumas reflexões com um olhar bakhtiniano sobre uma perspectiva estética da obra "O Silmarillion" de J.R.R.Tolkien
Alline Duarte Rufo[1]
adrufo@gmail.com
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar
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O Silmarillion (The Silmarillion) de J.R.R.Tolkien publicada em 1977 conta a história da primeira era de Arda - nome dado ao mundo que Tolkien criou em sua obra - desde sua origem até as primeiras batalhas e o surgimento dos seres que vivem nesta.
John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973) foi além de escritor, professor universitário e filólogo britânico. Teve uma influente carreira acadêmica mais ficou mundialmente conhecido pelas suas obras literárias entre elas a sua mais famosa O senhor dos anéis (The Lord of the Rings), publicada em 1954-5.
Desta obra podem se depreender várias formas de estudo com vários olhares e em diferentes áreas, mas com uma olhar bakhtiniano pode observar alguns aspectos em particular.
Pode-se pensar em uma relação de Mundo Primário e Mundo Secundário onde o Mundo Primário corresponde a realidade e o Mundo Secundário a imaginação. J.R.R.Tolkien em seu ensaio acadêmico Sobre História de Fadas (Tree and Leaf) nos fala dessa relação que Bakhtin também trata em Questões de literatura e de estética: a teoria do romance.
Segundo Tolkien, quando estamos no Mundo Primário tentamos trazer o Mundo Secundário para este para poder compreende-lo para Bakhtin essa oposição é essencialmente normal mas seria mais enriquecedor perceber que a Arte não se encontra separada da vida, ela se encontra dentro dela, no seu interior, devemos apenas lhe dar uma valorização, se é bom ou ruim, bonito ou feio.
Nessa questão, podemos perceber que quando se faz uma leitura de O Silmarillion, muitos tentam comparar a obra a vida real, ou seja, quando se lê a obra tenta-se trazer o Mundo Primário para o Mundo Secundário porém devemos perceber que a obra em si já é uma refração do mundo real e por isso devemos perceber que a Arte não se separa da vida, que a obra faz parte da vida como um todo e deve ser apreciada.
Segundo Tolkien, quando estamos no Mundo Primário tentamos trazer o Mundo Secundário para este para poder compreende-lo para Bakhtin essa oposição é essencialmente normal mas seria mais enriquecedor perceber que a Arte não se encontra separada da vida, ela se encontra dentro dela, no seu interior, devemos apenas lhe dar uma valorização, se é bom ou ruim, bonito ou feio.
Nessa questão, podemos perceber que quando se faz uma leitura de O Silmarillion, muitos tentam comparar a obra a vida real, ou seja, quando se lê a obra tenta-se trazer o Mundo Primário para o Mundo Secundário porém devemos perceber que a obra em si já é uma refração do mundo real e por isso devemos perceber que a Arte não se separa da vida, que a obra faz parte da vida como um todo e deve ser apreciada.
Olhando por outro ponto, podemos tratar da relação do autor com a personagem, nesse caso de J.R.R.Tolkien com a personagem Lúthien, que segundo este é a representação de sua esposa Edith e ele a representação de Beren. Quando o autor diz o que estava pensando ao criar determinado personagem ou fato na história é algo do qual ele não pode ter controle ou responder, porque ele fez parte do ato criador e por isso não pode falar de algo que participou. Tudo que ele disser em relação ao ato criador será incerto, porque ele terá apenas o seu ponto de vista e o seu objetivo para falar. Dessa forma, quando Tolkien diz que Lúthien é a representação de sua esposa, é do ponto de vista dele, e da sua vivencia como autor com poder sobre o destino da personagem que ele cria ,como representação de sua esposa e da continuação da história.
Esses são apenas dois olhares sobre a obra O Silmarillion, mas esta pode ser tratada de diversos pontos, os pontos em especial aqui levantados tratam-se de pontos que eu mesma trabalhei sobre eles, tentando aprofunda-los. Cada um que pegar a obra como trabalho para si, contemplara um ponto estético desta e será responsável por este ponto em questão. Uma obra não é vista apenas de um único ponto, com apenas uma única interpretação mas ela é um todo axiológico inacabado, com várias interpretações e diversos olhares.
Bibliografia:
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovitch, 1895-1975. Estética da criação verbal. [Estetika sloviesnova tvortchestva]. Paulo Bezerra (Ed.). 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovitch, 1895-1975. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do metodo sociológico na Ciência da Linguagem. Michel Lahud (Trad.). 7 ed. São Paulo: Hucitec, 1995.
BAKHTIN, Mikhail Mikhailovich, 1895-1975. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Aurora Fornoni Bernadini (Trad.). 4 ed. São Paulo: UNESP, 1998.
TOLKIEN, John Ronald Revel, 1892-1973. O Silmarillion. [The Silmarillion]. Christopher Tolkien (Org.). Waldéa Barcellos (Trad.). 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
TOLKIEN, John Ronald Revel, 1892-1973. Sobre histórias de fadas. [Tree and Leaf]. R.Kyrmse (Trad.). S.Paulo: Conrad, 2006.
[1] Graduanda do 4º semestre do Bacharelado em Linguística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Bolsista de Iniciação Cientifica pela PIBIC/CNPQ.
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